Excerto
"Quero acreditar que já não estarias em casa por
alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais
uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que
fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico
fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase
sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém
há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero
pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não
sei que beba."